AGRADECIMENTOS

A Comissão Organizadora da VII Semana da Licenciatura em História do IFG agradece a todos que estiveram envolvidos em alguma medida na realização do evento. Conferencistas, palestrantes, ofertantes de minicurso, coordenadores de STs, monitores, alunos da casa e de outras instituições, apresentadores de trabalho: todos foram fundamentais para o êxito do nosso evento e para referendá-lo no cenário local e regional. Estamos certos de que esses dias foram plenos de oportunidades de compartilhamento e de debates essenciais para a formação de professores de história comprometidos com uma educação transformadora e emancipatória. Que em 2020, a VIII Semana reserve ainda maiores e melhores experiências, restando-nos apenas apontar desde já o convite para o próximo evento!

COMUNICADOS IMPORTANTES
CERTIFICADOS DE OUVINTES
Os certificados de ouvinte estarão disponíveis em link próprio a partir do dia 25 de junho, no menu lateral deste site. Basta digitar o CPF para que seja gerado o certificado com a carga horária respectiva à participação de cada um dos inscritos.

TEXTOS PARA PUBLICAÇÃO
Como apontado no link sobre normas de publicação, serão publicados nos Anais do evento apenas os textos dos comunicadores que se fizeram presentes. As orientações sobre a escrita do texto também se encontram no menu lateral, com o reforço de que a data limite para envio consiste do dia 08/07.

VII Semana da Licenciatura em História do IFG.

Não há passado que engendra o historiador. Há o historiador que faz nascer a história.” A célebre sentença do historiador francês, Lucien Febvre, é sintomática ao traduzir o espírito que a historía  (ἱστορία) assumiu desde a aurora do século XIX: um conhecimento que (re)produz o passado, ofertando-lhe sentido e compreensão. Nesse esforço de atribuir sentido, o historiador se coloca como aquele que expressa uma possível, porém criteriosa, verdade. Ao se valer da narrativa, ele enquadra as ações humanas numa perspectiva temporal que nos permite compreendê-las em seu devir. A fabricação (faber) do saber histórico já passara pela ruptura da modernidade e a cisão com a magistra vitae. O século XX, a seu turno, sepultou a pretensão de se chegar a uma verdade metafísica, ou suprema, compreendendo que se podem encontrar narrativas construídas historicamente e que possuem relevâncias distintas. Houve, portanto, uma descentralização do que se entendia por verdade no moderno conceito de história, colocando agora a possibilidade da verdade em seu plural, abrindo para múltiplas significações. A história-ciência passou a se ocupar de narrativas – também em sua forma não singular – na busca por desnudar verdades produzidas culturalmente, de acordo com parâmetros próprios de cada época-lugar, mas sempre a partir de um rigor metodológico que legitima o ofício do historiador.

Em decorrência dessa produção de significados, tensões, lutas e disputas são geradas no campo das narrativas e de suas múltiplas perspectivas sobre a(s) verdade(s). Da tentativa de redução do ofício historiográfico a mero discurso limítrofe até a disputa inegociável de lugares de enunciação privilegiados – que descartam o “olhar não engajado” – as verdades se reificam e abrem espaço para as disputas acerca do monopólio da narrativa-discurso. Um cenário delicado se desvela, justamente porque se abre a possibilidade de supressão de direitos e conquistas, memórias e histórias. Se por um lado, novos atores sociais se posicionam reivindicando suas próprias narrativas, por outro, há a tentativa de diluição destes significados e processos, obedecendo motivações variadas para a manutenção de privilégios discursivos. Trata-se de negar a própria contribuição que a história pode ofertar na compreensão e produção de sentido sobre o passado, simplesmente porque o critério de verdade pode ser sempre convenientemente colocado em suspenso quando se pretende atender interesses específicos.

A VII Semana da Licenciatura em História do IFG traz como tema o título: “Verdade e Narrativas: Lutas, disputas, direitos”. Consoante com o atual momento político e cenário epistemológico – em que discursos disputam vozes e representações, e que direitos e conquistas se veem cada vez mais em risco – o evento pretende convergir historiadores profissionais (e de outras áreas), estudantes de graduação e pós, alunos do IFG e comunidade geral. Através de palestras, minicursos, mesas-redondas, etc, o encontro pretende oportunizar o debate crítico, a exposição de perspectivas, a análise de panoramas e a proposição de ações que visem à manutenção de direitos e conquistas no campo político e discursivo, sem esvaziar o próprio questionamento acerca destes significados. Parafraseando a filósofa Hannah Arendt, o desafio do evento não se trata de “(…) explicar fenômenos por meio de analogias e generalidades tais que se deixa de sentir o impacto da realidade e o choque da experiência (…), mas, antes, de buscar suas compreensões e “(…) encarar a realidade, espontânea e atentamente, e resistir a ela – qualquer que seja, venha a ser ou possa ter sido.”

 

Prof. Dr. Diego A. Moraes Carvalho

Prof. Dr. Paulo Miguel Moreira da Fonseca

Prof. Me. Paulo Winícius Teixeira de Paula

Prof. Dr. Rafael Goncalves Borges