O II Encontro de Professores de Arte dos Institutos Federais (Rede Federal), que neste ano acontecerá junto ao XIV Festival de Artes de Goiás, na cidade de Itumbiara, contará com a presença da Prof.ª Dr.ª Leda Guimarães, presidente da Federação de Arte Educadores do Brasil – FAEB. Na quarta-feira (08), às 15h, fará uma conversa com os professores, levantando questões atuais do ensino de arte no Brasil, além de apresentar um quadro dos trabalhos que a federação vem realizando em suas representações estaduais e federais e também estabelecer parcerias entre os professores de arte da Rede Federal.
A presidente da FAEB, Dr.ª Leda Guimarães, possui graduação em Licenciatura Plena em Educação Artística pela Fundação Armando Álvares Penteado (1985), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Piauí (1995) e doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo (2005). É pós-doutora pela Universidade Complutense de Madrid. É professora titular da Universidade Federal de Goiás. Criou e coordenou o curso de Licenciatura em Artes Visuais na modalidade EaD pelo programa Universidade Aberta do Brasil (2007-2011). Tem pesquisado a formação de professores em artes visuais, arte e cultura popular, além do ensino de artes visuais por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs. É membro do Conselho Mundial do InSea (International Society for Education through Art) para a América Latina, Conselheira do CLEA – Consejo Latinoamericano de Educación por el Arte.
Neste ano a FAEB completa 30 anos de militância e lutas para manutenção e qualidade do ensino da arte nas escolas brasileiras, principalmente as públicas. A comemoração dos 30 anos acontecerá na próxima semana, de 14 a 18 de novembro, em Campo Grande-MS, durante o XXVII Congresso Nacional da Federação de Arte Educadores do Brasil – CONFAEB. A Prof.ª Dr.ª Lucia Gouveia Pimentel, da Universidade Federal de Minas Gerais, assim descreve a FAEB:
“A FAEB, desde sua criação, cumpre funções que poderiam ser consideradas paradoxais, mas são coerentes com a vida de quem a criou. A primeira é de congregar pessoas que têm como objetivo comum trabalhar pela Arte/Educação. Não uma Arte/Educação unívoca, de uma face ou uma vertente apenas, mas uma Arte/Educação plural, que agregue forças na diversidade e possa, assim, abranger. Isto agrega confrontos internos que são saudáveis, na medida em que há discussões e compartilhamentos. A segunda é de colaborar com as políticas públicas no sentido de inserir no contexto escolar o ensino/aprendizagem de Arte e tentar garantir sua continuidade. Se no início de sua criação o confronto era claramente com os órgãos governamentais, principalmente em relação à LDB que estava em discussão, com o tempo tivemos que agir também em relação a empresas privadas, que investiram nesse campo.A terceira é de batalhar constantemente – e cada vez mais neste tempo de golpes – pelo direito à Arte/Educação de qualidade, polífona, diversa, multicultural e responsável; contra decretos, medidas provisórias, projetos de emenda à Constituição que privatizam cada vez mais a Educação, a tornam fundamentalista, neoliberalista e comercial. Em tempos de retrocesso, o confronto contra quem está no poder é perigoso, mas necessário. E perceber o diverso na mesma luta é essencial.” (fonte: http://faeb.com.br/)
Receber a presidente da FAEB no encontro de professores é um arranjo institucional extremamente importante para a classe de professores de arte da Rede Federal, como afirma o Prof. Alexandre Guimarães, do Campus Aparecida de Goiânia: “Ter a FAEB no nosso encontro será um momento para criar convergências entre o trabalho histórico da federação e os conflitos que estamos vivendo para o ensino de arte – um período de políticas públicas nebulosas e anti-democráticas”. O professor, que está concluindo o doutorado em Arte e Cultura Visual e pesquisa o trabalho e identidade docentes dos professores de arte da educação profissional, acrescenta: “Somos uma instituição que nasceu formalmente no início do séc. XX, mas nossa história começa no início do séc. XIX, com a criação de escolas públicas para o letramento e formação técnica de crianças e jovens ´desvalidos e menos favorecidos´. A arte, como narra nossa história da educação, vem deixando rastros nos currículos escolares desde o Império, sendo, muitas vezes, a base da formação do técnico a partir da aprendizagem do desenho. Nós, professores de arte da Rede Federal, precisamos entender nossa história e nosso papel como agentes formadores de sujeitos críticos e sensíveis para o mundo do trabalho. Poder conversar com a FAEB é também poder mostrar o quanto nossa rede tem força na educação pública brasileira e também o nosso compromisso com a inclusão social. Nesse encontro, além de poder discutir nossos lugares e estabelecer acordos de cooperação com a federação, precisamos militar pela nossa classe (associar-se à FAEB é o primeiro passo) para a manutenção da arte nos currículos das escolas, tornando-as mais éticas e poéticas.”
II Encontro de Professores de Arte dos Institutos Federais – Rede Federal
De 8 a 10 de novembro de 2017, durante o XIV Festival de Artes de Goiás